sábado, 13 de abril de 2019

Star☆Twinkle Precure 09 e 10 - As consequências dos excessos


Mesmo se tentássemos sermos perfeitos em uma única coisa, ainda assim seria praticamente impossível. Quando aumentamos esse número para 3, 4 ou até mais coisas, não importa o tanto de talento e capacidade que tenha, o resultado será previsível.
No episódio 9 de Star Twinkle, nós observamos rapidamente a Madoka caminhando em direção a auto-destruição. Ao menos na primeira metade do episódio, onde por mais que o anime não tenha usado muito dos seus aspectos visuais para isso, ainda assim criou-se uma atmosfera de tensão e desconforto.


Se não houvesse o contexto, a história da franquia e o meu conhecimento sobre a mesma, só com essa primeira metade do episódio 9 eu diria que seria um anime fadado a ser bem pesado e trágico até. A grande questão é que, de fato, o destino da Madoka não seria nada bonito se ela não tivesse as amigas do lado para mostrarem caminhos diferentes para a mesma. A pressão familiar fazia com que a Madoka buscasse incessantemente a perfeição em tudo que fazia, sozinha, e guardando tudo aquilo para si mesma. Tal pressão obviamente refletia no seu estado mental, cada vez mais conturbado, cada vez mais estressada, e principalmente, cada vez destruindo mais a si mesma. Isso, em contra-partida, afetava seu desempenho não só nas tarefas importantes, mas nos gestos mais simples como vestir um par de meias, o que por sua vez fazia a pressão ficar ainda mais forte, criando um ciclo de auto-destruição pesadíssimo.
Embora sejam situações diferentes, os sentimentos são bem similares ao grande problema de excesso de trabalho que existe no Japão, que muitas vezes ou leva ao Karoshi (Morte por excesso de trabalho), ou leva ao suicídio. Se esforçar nos seus deveres é bastante importante sim, mas todo excesso é ruim, tão importante quanto se esforçar nos seus deveres é tirar um tempo para se divertir, se distrair, relaxar. Não existe nada mais importante que o seu próprio bem-estar, e esse conflito da Madoka e as ações das outras meninas passaram essa mensagem adiante. Do que adianta se esforçar ao máximo para deixar tudo perfeito, se no fim você terminará com o psicológico quebrado?


Todo esse evente abre caminho para um possível conflito entre filha e pai, junto com a questão dos segredos que ela esconde, pois cedo ou tarde ela terá que confrontar a visão de mundo do pai dela com a sua própria, creio.
Em todo caso, a segunda metade já foi mais alegre e felizmente a Hikaru conseguiu tirar o elefante das costas da Madoka. O diálogo da Madoka com a Elena também foi muito bacana e bastante agradável.
Por fim, a luta do episódio destacou alguns pontos importantes, como a Madoka só agora depois disso tudo realmente lutar com as outras como parte da equipe, ao invés de algo mais isolado, ou o fato de que você não consegue raciocinar da melhor maneira possível quando esmagado pelo estresse, tal como suas ações se tornam mais precisas quando você está relaxado. Como uma personificação da lua, de certa forma, nada combinaria mais com a Madoka do que seu lado sereno.


No episódio 10, vemos logo de cara que possivelmente algo não vai dar tão certo quanto deveria, quando a Hikaru se mostra muito mais insistente e impulsiva que o normal.
A constelação do Cruzeiro do Sul é, de fato, uma das mais conhecidas, se não a mais conhecida, ao menos aqui no Brasil. É, por exemplo, a única constelação que me lembro de terem me mostrado no céu quando eu era mais novo.
Um dos aspectos mais interessantes dessa temporada é o quão didática ela está sendo em relação a astronomia ou mesmo a física, em menor escala, seja sobre a gravidade, sobre planetas de diamante ou mesmo os tardígrados, todas essas são informações que poderiam facilmente serem ignoradas, mas eles preferirem trabalhar mais a fundo visando uma credibilidade maior no tema de astronomia da obra é digno de respeito, sem dúvidas.
Toda a conversa sobre adaptação, da vida naquele planeta, ou mesmo dos vilões falando para as heroínas, me parece que será usada futuramente. Esse é um ponto bem interessante que foi levantado, o clima da Terra parece ser bem mais agradável de se viver do que outros planetas por aí, mas... Será mesmo que é tão fácil assim? O planeta em si pode não ser um lugar com climas tensos para se viver, porém, ainda assim nós temos algo que nenhum outro planeta tem e que pode igualar essas dificuldades: Os próprios seres humanos. Conseguir viver diante de tanto caos, tragédias, negativismo, ódio e outras coisas ruins também exige bastante capacidade de adaptação dos seres humanos, caso contrário já teríamos extinto nossa própria raça. Isso é algo que os vilões não compreendem, e pode ser que seja algo que venha a ser usado futuramente.


As garotas sofreram uma surpreendente derrota, com direito ao Kappard parar o ataque da Hikaru enquanto ela o conjurava. Claro que isso foi possível graças a um aumento de poder temporário, que já se esgotou, mas mesmo assim foi uma grande derrota onde elas perderam duas Star Pens. Vale elogiar a Lala e o Prunce, que, mostrando possuirem já a experiência de terem vivenciado momentos tensos assim, pensam rápido em trazer a nave e carregar todas para dentro dela, escapando dali rapidamente.
Claro que tudo isso foi um baque muito forte no psicológico da Hikaru, e não o bastante ainda terão que lidar com o pai da Madoka que acabou vendo a nave partir. Tais eventos abrem muitas possibilidades positivas para o que vão fazer no próximo episódio, o que me deixa bem animado.
O Cruzeiro do Sul, no fim, parece que será relevante para a história e pode ter relação com o primeiro aumento de poder palpável das protagonistas. O que abre margem para algumas teorias interessantes, afinal das contas, o Cruzeiro do Sul parece ser composto por 4 estrelas (Hikaru, Lala, Elena e Madoka), mas para muitos na verdade tem 5. A Epsilon Crucis, também conhecida como "Intrometida", é a quinta estrela mais brilhante da constelação do Cruzeiro do Sul, o que pode representar uma possível quinta Precure vindo em breve.

OBS: Jogada bem sútil e legal que fizeram na primeira imagem desse post, no livro que a Madoka está segurando.

domingo, 7 de abril de 2019

Star☆Twinkle Precure 07 e 08 - Viagem espacial!


A dupla de episódios que comentarei hoje até que me surpreendeu positivamente em áreas que eu não esperava, ou ao menos que eu não esperava ser feito da maneira que foi. Foram dois episódios simples, mas que agregaram bastante, acertando em cheio o que queriam fazer.


O episódio 7 foi o episódio da montagem da nave da Lala (Ou, como o episódio ressaltou, das garotas). Todo o episódio se desenvolveu basicamente com esse objetivo, começando com os reparos e terminando com a decolagem. Apesar disso, no entanto, a temática real desse episódio foi a união das quatro meninas, esse foi um episódio exclusivo para criar uma intimidade maior entre elas e tornar mais crível o laço de amizade que elas compartilham.

Há um aspecto interessante nessa temporada que, em partes, não existe nas outras. Apesar de em toda temporada haver uma história que se desenvolve ao longo do anime, tal como personagens que se desenvolvem ao longo do anime, a franquia de Precure costuma ser relativamente episódica, no sentido de todo episódio ser um início, meio e fim de qualquer que seja o tema do episódio. Em Star Twinkle isso não é necessariamente diferente, mas ao mesmo tempo, eles estão dando uma continuidade indireta que torna a narrativa bem legal. Todo episódio tem sua própria história com início, meio e fim como sempre, porém, certos aspectos permanecem até nos episódios seguintes, fazendo com que a narrativa se torne mais conectada que o normal.


Por exemplo, no episódio passado eu falei sobre como destacaram a dura jornada da Lala até a Terra, tendo que viajar praticamente sozinha por um longo período com uma gigantesca missão nas costas para um planeta desconhecido onde mesmo conhecendo novas pessoas, ela ainda se isolava bastante. No episódio 7, com o reparo da nave da Lala, feito com a ajuda das garotas, o anime sutilmente simboliza a quebra dessa perspectiva da Lala e o início de uma nova, quando a sua nave, que era o símbolo dos seus tempos difíceis, que moldou ela para ser o que ela era quando o anime começou e inclusive sendo sempre o motivo dos conflitos dela, se torna a nave de todas as quatro. Aquela já não era mais a nave da Lala solitária que viajou pelos confins do universo por um bem maior, mas sim a nave de quatro amigas que vivem a vida e se divertem enquanto buscam completar tal missão. E a maior prova disso, foi uma mudança completa no design da nave, com adições de características específicas escolhidas por cada uma delas.

E falando em características, achei realmente muito legal destacarem as qualidades de cada uma delas durante os reparos da nave, com o trabalho de cada uma.
O episódio então fecha com a primeira viagem da Lala que não é pela missão, embora no fim das contas a Fuwa mude isso abrindo um portal para onde a próxima chave se encontrava.


Eu realmente não esperava por essa, ri, mas ri com gosto.

O episódio 8 foi deveras interessante pela ideia de visitar outros planetas tal como também abordar certas ideias realmente interessantes. Embora fosse um episódio em que elas buscavam mais uma chave, esse na verdade era um episódio com foco na Elena. No mundo que elas visitaram, que era o mundo dos cães alienígenas e dos ossos, a chave era usada meio que como um objeto religioso. Graças a isso, a temática do episódio acaba sendo até que relativamente e surpreendentemente política, uma vez que sua principal mensagem é que não importa se suas intenções são "boas" ou "ruins", se o que você decide é invadir as terras de um povo e tomar algo que é importante para eles à força, os dois lados no fim são iguais no ponto de vista desse povo. Dialogar e tentar chegar em um consenso é sempre uma opção a ser considerada, de preferência como prioridade. Como meu pai sempre diz: "Nada forçado é bom".
Chuva de ossos é um conceito interessante, mas deve doer...

As ações dos nativos daquele planeta podem sair como um pouco irritantes para alguns, mas é importante, e o episódio frisa bem isso, levar em consideração o ponto de vista deles, que tiveram seu espaço invadido por estranhos. Na real, eles desconfiarem das protagonistas foi uma atitude bem mais condizente com a vida real do que o contrário.
No fim, esse episódio foi uma boa surpresa e me fez desejar muito que reutilizem a ideia de visitar outros planetas, conhecer outras culturas e ter conflitos com diferentes povos. Em uma temporada cujo principal tema é a imaginação, eles tem em mãos infinitas possibilidades, então espero que usem bastante da imaginação.