Estou abrindo espaço no blog para que compartilhem opiniões sobre Precure, hoje sobre Futari wa Precure: Splash Star. Já escrevi uma review minha no meu blog principal (Link da review), caso queira ir lá saber um pouco sobre o que penso da obra. Hoje tenho o prazer de trazer a análise do meu amigo Wendel Santos, que está ótima. Por tanto, sem mais delongas, boa leitura!
OBS: O texto contém alguns spoilers!
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Texto por: Wendel Santos (Twitter: @Static_Wire)
Futari Wa Precure: Splash Star terminado e acabei sendo surpreendido mais uma vez pela franquia. Com uma séries de fatores bem distintos que fazem ele ser uma temporada bem fora do padrão até dentro dos padrões de Precure até aqui.
O primeiro diferencial curioso é de como o Splash Star tem uma vibe bem ambientalista, aonde eles valorizam muito esse aspecto da natureza, aonde o grande objetivo delas é restaurar fontes de diversos elementos, até aos próprios poderes. Algo que não via desde Arjuna. E devido a isso, a obra possui uma narrativa bem distinta que se assemelha bastante a um Iyashikei, com diversos momentos extremamente contemplativos e bem introspectivos. Ao ponto disso ser várias vezes, o grande ponto de destaque, já que as lutas soam como algo secundário muitas vezes, aonde o foco está nessas reflexões causadas por esses momentos de calmaria, que desencadeiam outros sentimentos. Além do cast de personagens que segue o padrão Precure de qualidade, conseguindo ser bem eficiente em desenvolver o relacionamento da Saki e da Mai, apesar do grande destaque ter ficado para a Michiru e a Kaoru, que sem dúvidas, foi o ponto alto da obra para mim. Tanto na primeira parte, aonde como vilãs, ela possuem uma composição não apenas fria e impassível, mas até ameaçadora, com uma espécie de raiva latente tanto pelo fato delas não aceitarem ordem nem de seus supostos parceiros e nas visões bem ríspidas a respeito do mundo ao seu redor e de sentimentos no geral, que cria um belo contraste com as protagonistas, quanto na evolução e mudança dessa personalidade durante a obra que consegue ser bem envolvente, fora as questões levantadas por ela durante o seu arco, que conseguiu ser muito bom, abordando temas bem intimistas, com diálogos bem reflexivos e certas divagações um tanto profundas. Fora a direção que sem dúvidas, foi umas das melhores de toda a franquia. Foi bem assustador o nível de cuidado e detalhamento para criar cenas com uma composição bastante simbólicas não apenas para dar o clima contemplativo citado acima, mas também para reduzir possíveis diálogos expositivos, já que em certos momentos, já fica tudo subentendido apenas na própria cena em si, além de ampliar a imersão daquilo que a obra quer transmitir no momento de uma forma bastante sensível. Algo bem parecido com o que o Hugtto iria fazer 12 anos depois.
Infelizmente, talvez por ser uma das primeiras temporadas, logo, a franquia ainda não era tão famosa e popular quanto ela é hoje, a animação foi a mais fraca até aqui, aonde apesar do design ser consistente, a grande maioria das cenas de lutas até o episódio 30 eram bem fracas, com diversas cenas reutilizadas, ou mal coreografadas, ou com uma animação bem travada, aonde apenas após isso, possui uma considerável melhora. Apesar de que você ainda percebe que aparentemente, o projeto estava bem longe de ser algo feito para ser grandioso, aonde os envolvidos tiveram que se virar para poder compensar a possível falta de verba e/ou animadores. Fora os vilões que acabou sendo o grande ponto fraco da obra, aonde com exceção da Michiru e da Kaoru, eles eram bem genéricos, aonde mesmo que na teoria, a personalidade deles fossem distintas, elas não conseguiam cativar, que o método para tentar derrotar as Precures eram praticamente iguais, que acabou dando a sensação de eles ficaram subutilizados, ao contrário de outras temporadas.
Mas mesmo com isso, a obra conseguiu ser o meu terceiro Precure favorito, devido aos fatores outros fatores citados acima. Muito bom como a obra ela ainda conseguiu ousar com um aspecto bem mais reflexivo e intimista do que o habitual, aonde até mesmo o alívios cômicos pareceu estar reduzido em prol disso, já que a ênfase estava em mostrar e mostrar a importância de momentos simples e cotidianos da vida de uma forma bem mais contemplativa. Muito bom. Fechou com um 8.5.